Vendas de máquinas agrícolas caíram em 2023 e devem diminuir também em 2024

Por Redação em 28/02/2024 às 18:38:51

As vendas de máquinas agrícolas no Brasil caíram 13,2% em 2023, em relação a 2022. Foram 60.981 unidades. No ano anterior, as vendas de equipamentos novos somaram 70.262. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (28/2) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para este ano, a projeção é de uma nova retração no mercado.

O presidente da Anfavea, Márcio Leite, disse, em entrevista coletiva, que as elevadas taxas dos financiamentos afetaram os resultados. Segundo ele, pelo menos 60% das decisões de trocas de máquinas agrícolas se baseiam em crédito.

"Aquele produtor que depende de uma linha de crédito, acaba sempre repensando no momento de trocar sua máquina. Somente quem tem capital próprio consegue fazer a troca imediata", disse.

Apesar do desempenho negativo, Leite disse considerar o resultado do ano passado "extremamente relevante", porque, em 2022, a indústria de máquinas agrícolas registrou recorde de vendas.

Para 2024, a previsão da Anfavea também é de retração. As vendas devem cair 11%, para 54.300 máquinas agrícolas. Os dados da Associação abrangem tratores e colheitadeiras, além de equipamentos rodoviários, que tem parte da demanda no agronegócio.

As vendas de máquinas rodoviárias – como retroescavadeiras e pás carregadeiras - caíram 22,1%, para 30.399 unidades em 2023. A expectativa para este ano, no entanto, é de um crescimento de 5%, 31.800 veículos.

Exportações

As exportações de máquinas agrícolas caíram 17,8%, de 10.661 em 2022 para 8.759 em 2023. A projeção da Anfavea é de uma nova queda, agora de 3%, para 8.500 unidades. As vendas externas de máquinas rodoviárias cresceram 9,5%, de 15.174 em 2022 para 16.611 em 2023. A tendência é de aumento de 7% em 2024, com o embarque de 17.800 máquinas.

Durante a apresentação dos dados, o presidente da CNH Industrial para América Latina, Rafael Miotto, destacou que a indústria brasileira de máquinas agrícolas exporta equipamentos para mais de 120 países.

Segundo ele, o Brasil ocupa, a quarta posição no ranking mundial do setor, e deve se tornar a primeira. Para o executivo, atingir essa liderança deve demandar mais 40 ou 50 anos de investimentos de toda a indústria, fornecedores e parceiros.

"O agricultor brasileiro adota tecnologias mais rápido que os americanos e europeus. Nós somos o país com a taxa mais acelerada de adoção de tecnologia", afirmou. Miotto ponderou, no entanto, que a frota nacional precisa se atualizar. "Hoje, temos uma agricultura que precisa produzir mais rápido e aproveitar todas as janelas de plantio".

Fonte: Globo Rural

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