Colômbia restringe importação de carne bovina dos Estados Unidos, informa agência

Por Redação em 26/04/2024 às 11:09:20

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) comunicou, nesta quinta-feira (25/4), que a Colômbia está restringindo temporariamente a importação de carne bovina fresca ou congelada ou de produtos derivados de gado abatido nos Estados onde foram confirmados casos de gripe aviária em rebanhos. A informação é da Dow Jones Newswires.

De acordo com a publicação, os colombianos não estão entre os principais compradores de carne bovina americana. No ano passado, os negócios somaram US$ 39 milhões. As vendas externas totais do país totalizaram US$ 10 bilhões.

No entanto, representantes do setor pecuário dos Estados Unidos avaliam que a decisão do país sul-americano pode ter reflexo negativo em outros mercados. À Dow Jones, O porta-voz da Federação dos Exportadores de Carne dos EUA, Joe Schuele, disse que a medida "não tem base científica".

"Embora a Colômbia não seja um grande destino para a carne bovina dos EUA, isso certamente é perturbador para os exportadores, pois há outros clientes que poderão ser impactados", disse ele. A Federação alertou para uma possível redução de embarques de carne bovina para a República Dominicana.

O USDA e o Gabinete do Representante Comercial dos Estados Unidos, que negocia acordos comerciais com governos estrangeiros, não se manifestaram sobre o assunto, segundo a Dow Jones.

Gripe aviária em bovinos preocupa

As autoridades americanas já confirmaram casos em 33 rebanhos leiteiros em oito Estados. Antes dos casos iniciais, que foram identificados no Texas e no Novo México no final de março, não havia conhecimento de infecção de vacas. Casos foram identificados também no Kansas, Idaho, Michigan, Carolina do Norte, Ohio e Dakota do Sul.

A reportagem da Dow Jones destaca que a preocupação aumentou nos Estados Unidos. A Food and Drug Administration (FDA) informou ter identificado altas concentrações de vírus da gripe aviária no leite cru e de vestígios no produto pasteurizado. A agência negou, no entanto, que esses vestígios não parecem ser capazes de causar infecções.

Autoridades federais vêm afirmando que o fornecimento de leite e carne bovina é seguro. De qualquer forma, a incerteza em relação aos efeitos da gripe aviária na produção leiteira americana mexe com o mercado. Na bolsa de Chicago, o leite Classe 3, usado como matéria-prima para a produção de queijos, subiu e chegou aos maiores níveis de preço em meses.

Não houve confirmação do vírus em animais de corte comercial, de acordo com o USDA, e a FDA afirma não ter recebido relatos de sintomas nos rebanhos, informa a Dow Jones.

Até este momento, lembra a publicação, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMS) não recomendou o bloqueio das importações de carne bovina diante do surto da doença em vacas americanas. Em declaração recente, alertou os países-membros contra a implantação de "restrições comerciais injustificadas".

Ordem federal

Na quarta-feira (24/4), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou comunicado com medidas de proteção de rebanhos bovinos contra a gripe aviária, especialmente a cepa H5N1, com alto potencial de transmissão. A ordem federal entra em vigor na próxima segunda-feira (29/4), informou o órgão do governo americano.

Antes de qualquer movimentação de rebanhos entre os Estados, o gado deve testar negativo para a gripe aviária em laboratório credenciado pelo governo. Em caso de diagnóstico positivo, os pecuaristas devem fornecer todas as informações epidemiológicas e de trânsito dos animais. Os laboratórios e veterinários devem relatar a USDA todos os resultados positivos em testes.

"A nova circulação do H5N1 entre aves selvagens e vacas leiteiras requer mais testes e tempo para desenvolver uma compreensão crítica que apoie quaisquer ações futuras. Esta Ordem Federal é fundamental para aumentar as informações disponíveis. Exigir relatórios de testes positivos ajudará o USDA a lidar melhor com esta doença e os testes antes do movimento interestadual limitarão sua propagação", informa o USDA.

No comunicado, as autoridades destacam que, nos locais onde houve infecção de vacas leiteiras, o índice de mortalidade é baixo e que animais infectados estão se recuperando. Ressaltam ainda que não foram verificadas mutações que tornem o vírus mais transmissível de animais para humanos e entre humanos. O USDA mantém, portanto, a avaliação de que esse risco continua baixo.

Fonte: Globo Rural

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