Rigor ambiental do café brasileiro será apresentado ao mercado europeu
Em Bruxelas, capital da Bélgica, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), irá apresentar dados que atestam a sustentabilidade e o rigor ambiental dos grãos brasileiros para a comunidade européia, seguindo as exigências do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, em inglês). O evento acontece na próxima quinta-feira (25/4).
Segundo o diretor-geral da entidade, Marcos Matos, o objetivo é apresentar dados estratégicos apurados pela plataforma de monitoramento socioambiental Cafés do Brasil, ferramenta de rastreabilidade desenvolvida pelo Cecafé em parceria com a Serasa Experian no final do ano passado.
O evento é feito em parceria com a Missão do Brasil junto à União Europeia, coordenada por Pedro Miguel Da Costa e Silva, embaixador do país no bloco.
Em nota, Matos agregou que o evento permitirá alinhar com a Comissão Europeia e autoridades competentes pela fiscalização em cada país do continente a melhor maneira de apresentar os dados a fim de fortaceler as parcerias comerciais.
"Após estreitarmos o relacionamento com lideranças cafeeiras locais, que conheceram, entendem e referendam nossa plataforma de monitoramento como a ferramenta mais adequada para comprovar o atendimento dos cafés do Brasil ao EUDR, atendemos a uma orientação desses parceiros e abrimos um canal de diálogo com as autoridades políticas", relatou Matos, que já está em Bruxelas.
O diretor-geral disse, ainda, que irá questionar a nova legislação europeia, solicitando detalhes das regras e da flexibilização para aplicar multas por um período de um a três anos a fim de que países menos preparados se adaptem à regra. Como representante do Cecafé, ele também quer garantir o reconhecimento por parte de representantes da Comissão Europeia dos sistemas de informações brasileiros.
"Há diversos riscos relacionados às formas de implementação, por isso o diálogo é importante para flexibilizar essa regulamentação e postergar a aplicação de multas, até que os países fornecedores de produtos à União Europeia possam consolidar a rastreabilidade internamente", justificou.
De acordo com Matos, essa será uma oportunidade para dialogar com as autoridades competentes sobre o motivo da inclusão dos cafés do Brasil no EUDR diante de comprovações sobre cultivo sustentável dos cafés feitas anteriormente.
Com as autoridades políticas europeias, ciente de que o EUDR precisará ser rediscutido em dois anos, o Cecafé quer debater "o respeito às Leis dos países de origem, como o Código Florestal e os direitos constitucionais relacionados ao uso da terra no Brasil".
"Nossa plataforma, por meio da integração de dados, tem muitas condições para demonstrar que o café brasileiro não está relacionado ao desmatamento e, por isso, deve ser realizada uma análise técnica de sua exclusão da lista dos produtos agrícolas englobados no Regulamento", argumentou Matos.
Diante da fragilidade de outras ferramentas apresentadas para monitorar a produção do agronegócio no Brasil, como o mapa de cobertura florestal do Joint Research Centre (JRC), que comprovadamente já gerou falsos-positivos sobre desmatamento no cinturão cafeeiro nacional, o diretor do Cecafé informa que trabalhará para que as autoridades europeias reconheçam a Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil como fonte oficial de informação e de garantia ao cumprimento do EUDR.
Fonte: Globo Rural
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