Preço da laranja deve seguir em alta com cenário atual

Por Redação em 20/03/2024 às 13:48:22

A combinação de clima desfavorável, avanço do greening e estoques mundiais baixos devem ajudar os preços da laranja a se manterem em níveis recordes de alta, na avaliação do presidente da Simonetti Citrus, Antonio Carlos Simonetti.

"Há uma falta de produto no mundo, não é só no Brasil. Aqui a questão que mais impacta é o avanço do greening, que está difícil de controlar. A produtividade está caindo", afirmou Simonetti.

Nesta terça-feira (19), o preço da laranja pera negociada em São Paulo atingiu R$ 100 a caixa de 40,8 quilos, segundo boletim do Cepea, o maior valor já registrado pela instituição.

De acordo com o relatório mais recente divulgado pelas CitrusBR, entidade que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus, as indústrias fecharam 2023 com 463,94 mil toneladas de suco (convertidos em FCOJ Equivalente 66 brix) de estoque no Brasil, volume 6,7% acima do registrado no fim de 2022, mas ainda um número baixo - o segundo menor da série histórica.

Simonetti observou que o setor tem buscado investir em novas áreas de plantio, em Estados onde a incidência do greening é baixa ou inexistente. Um exemplo foi visto esta semana. A Cutrale anunciou investimento de R$ 500 milhões para plantar laranja no Mato Grosso.

Outro fator que está influenciando bastante são as altas temperaturas no período de florescimento das plantas, segundo Simonetti. "O calor desidrata as flores, que acabam abortando os frutos. As chuvas também estão irregulares, com ocorrência de granizo e vendavais. Tudo isso está afetando a produção", afirmou Simonetti.

O produtor cultiva em Minduri (MG), na região do Campo das Vertentes, 1,6 mil hectares de pomares de citros, sendo 1,2 mil de laranja. Em Aguaí (SP), são mais 600 hectares. "A gente foi para Minas Gerais para tentar pegar uma temperatura menor. Faz dez anos que a gente está em Minas e está enfrentando calor também agora. O cenário está bem preocupante", afirmou Simonetti. Ele observou ainda que nas regiões onde as plantas com greening são erradicadas não tem havido replantio. "A tendência é de subir os preços porque os estoques estão baixos e não há perspectiva de melhora", afirmou.

Fonte: Globo Rural

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