Kepler Weber registra segundo melhor resultado financeiro de sua história

Por Redação em 29/02/2024 às 09:32:05

A diversificação no portfólio de serviços levou a Kepler Weber ao segundo melhor resultado de sua história em 2023. A companhia, que atua em soluções pós-colheita, teve lucro líquido de R$ 245,2 milhões no ano passado, recuo de 35,9% em relação ao resultado recorde de R$ 382,5 milhões de 2022. A margem líquida no ano passado ficou em 16,2%, de acordo com balanço divulgado ontem.

No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 94 milhões, queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2022, com margem de 18,7%. A receita em 2023 somou R$ 1,5 bilhão, atrás do recorde de R$ 1,8 bilhão de 2022. No quarto trimestre, a receita ficou estável, em R$ 502,2 milhões.

Se ainda atuasse apenas com a construção e manutenção e silos, como no passado, a empresa poderia ter tido uma queda maior no lucro, porque produtores de menor porte e a agroindústria reduziram seus investimentos diante do recuo no preço das commodities. "Com a decisão acertada de ampliar a atuação, minimizamos risco e aumentamos nosso caixa bruto [para R$ 355 milhões]", disse o CEO da empresa Piero Abbondi.

A área de Fazendas representava 66% da receita total em 2022 e caiu para 32% em 2023. Enquanto isso, a área de Agroindústrias, que atende as cooperativas, empresas de esmagamento e biodiesel, perdeu participação de 10% para 6%. No mercado internacional, a crise hídrica no Paraguai e Uruguai afetou negativamente os negócios.

Em contrapartida, fora dos silos e sistemas de armazenamento, a área de Reposição de Serviços elevou sua participação no bolo total de 12% para 18%, levando a receita a crescer 27,9% em 2023.

Nesse segmento, a Kepler passou a consolidar os resultados da Procer, cuja participação acionária majoritária foi feita em março de 2023. Sem ela, a receita do segmento teria crescido 8,4%. "São 29 milhões de toneladas de grãos monitorados por nós agora e 140 unidades conectadas", disse Bernardo Nogueira, diretor comercial. A Procer atende sistemas de armazenagem de quaisquer fabricantes.

Outro destaque foi o segmento de Portos e Terminais, suja receita anual aumentou 90,7% e a área chegou a 7% do faturamento, em relação a 3% anteriormente.

Apesar do desempenho em alguns setores tradicionais para a empresa, a Kepler sinalizou uma retomada nas vendas a partir do terceiro trimestre do ano passado, indicando que vai começar 2024 com um número de pedidos entre 10% e 20% maior em todos os segmentos em que atua. "Produtores mais profissionais não investem para curto prazo, já estão pensando na safra 2024/25", afirmou Nogueira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Kepler caiu 38,6% no ano, e a margem Ebitda recuou 7,9 pontos, a 22,3%. No quarto trimestre, o Ebitda somou R$ 117,2 milhões, com margem de 23,3%, redução de 6,8 pontos percentuais.

A Kepler repassou o recuo médio de 25% no preço do aço laminado aos produtos, o que foi parcialmente compensado pelo maior volume de vendas.

"Consideramos essa rentabilidade muito saudável, ainda mais levando em consideração que o preço dos nossos produtos para venda também caiu", disse Abbondi.

O diretor financeiro, Paulo Polezi, ressaltou que o bom desempenho financeiro e a geração de caixa permitiu à Kepler o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$ 153 milhões, com payout (divisão do dividendo total pelo lucro líquido) de 62%, versus 43% em 2023.

Fonte: Globo Rural

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