Os nomes mais cotados para assumir o Ministério da Agricultura

Por Redação em 31/10/2022 às 08:19:36

Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, os nomes mais citados para assumir o Ministério da Agricultura são os dos senadores Carlos Fávaro (PSD-MT), Kátia Abreu (PP-TO) e Simone Tebet (MDB-MS). Entre eles, Fávaro tem a "vantagem" de apoiar Lula desde janeiro, quando ainda era uma das poucas vozes do agro ao lado do ex-presidente e a boa interlocução com o setor produtivo, já que presidiu a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), e com a bancada ruralista.

"Não se menciona ninguém nominalmente ainda, mas (Aloizio) Mercadante, coordenador do programa de governo de PT, já deu sinais e teceu comentários a favor de Fávaro", relatou um interlocutor ligado ao comando da campanha petista. Fávaro é escalado oficialmente como o coordenador de assuntos agro da campanha petista e junto, com o deputado federal Neri Geller (PP-MT) e com o empresário de sementes de soja Carlos Augustin, compõe o núcleo duro de articulação da campanha petista com o agronegócio. "Ele deixou de concorrer ao governo do Estado a pedido do PT. Fez uma renúncia importante", aponta.

Para Kátia Abreu e Simone Tebet, pesa a favor o fato de que possuem mandato somente até 2023, diferentemente de Fávaro, mas pesa contra o fato de aderirem à campanha petista somente no segundo turno. "Simone mostrou qualidade. Ela seria uma excelente ministra, com trânsito entre os Poderes, perfil de Executivo e conhecimento do setor, mas parece preferir outra pasta como Educação ou Justiça", diz uma fonte do setor produtivo que colaborou com plano de governo agro da senadora na sua candidatura à Presidência.

Kátia Abreu, que foi ministra da Agricultura do governo Dilma, também é um nome bem recebido pelos empresários, mas visto com cautela pelos parlamentares ruralistas. "Há algumas posições muito radicais e ela não foi eleita. É muito difícil dar ministério para quem não foi eleito", apontou uma fonte. Questionada pelo Broadcast Político sobre um eventual convite para assumir novamente o ministério, Kátia se disse inclinada à iniciativa privada, mas disposta a ajudar o País de onde estiver. "Não há menor expectativa e nenhum convite nessa direção. Não existe nenhuma condicionante (de apoio) para isso. Hoje, estou muito entusiasmada para seguir um novo rumo de retorno à iniciativa privada. Como cidadã, estou pronta para colaborar de onde estiver", afirmou.

Inicialmente, Geller, que também é ex-ministro da Agricultura, liderava as especulações para assumir o ministério em caso de vitória de Lula. Entretanto, o parlamentar teve o mandato cassado e inegibilidade de oito anos decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o impede de assumir cargos públicos. Caso consiga reverter a decisão junto ao Supremo Tribunal Federal, ele deve ser cogitado para assumir a secretaria de Política Agrícola do ministério, responsável pelo Plano Safra, ou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), comandando a retomada da política de estoques reguladores prometida por Lula.

O candidato a vice de Lula, ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB) é cogitado para o posto - nome bem recebido pelo setor produtivo. Aliados do ex-presidente, contudo, avaliam que nomeá-lo para chefiar pasta do Executivo poderia trazer obstáculos na relação entre Lula e Alckmin. O primeiro motivo impeditivo é a quantidade de parlamentares não eleitos que precisariam ser acomodados no eventual governo.

"Lula vai precisar incluir no seu governo os senadores Jean Paul (PT-RN), Simone Tebet (MDB-MS), Kátia Abreu (PP-TO) que não se elegeram e perdem o mandato em 2023 e possivelmente até a Fernando Haddad (PT-SP). Não há espaço para dar cargo a quem já possui espaço no governo", disse um parlamentar ligado à candidatura petista. O segundo seria que como vice, em caso de insatisfação de Lula ou de atritos com o setor, seria mais difícil retirá-lo do cargo. "Ninguém tira vice de cargo em Executivo, caso ele não queira. É praticamente vitalício até o fim do mandato", acrescentou o senador.

Outro nome citado, em menor frequência, mas visto com bons olhos tanto pelo campanha petista quanto pelo setor produtivo é o do ex-ministro Blairo Maggi. Maggi não se manifestou publicamente em apoio a Lula durante as eleições, mas vem atuando discretamente nos bastidores em prol ao ex-presidente. "Ele sabe das intenções. A questão é se ele sairia da iniciativa privada e voltaria ao governo", disse um empresário próximo à família Maggi. Ele lembrou que Maggi foi ministro durante o governo Temer, ou seja, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Aliado de Lula, Augustin também fala em cautela na composição de governo. "Primeiro, é preciso vencer a eleição e depois avaliar a governabilidade e interlocução com o setor", disse.

FPA

Há também articulação nos bastidores para escolher o próximo líder da bancada ruralista. Até o fim de janeiro, a FPA segue sob o comando do deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR). Para o novo mandato, o nome mais cotado é do deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), aliado fiel do governo, caso o presidente Bolsonaro seja eleito.

Parlamentares mais ligados a Lula e ao Centrão trabalham com nomes mais neutros para liderar a bancada, como o do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), em caso de eleição de Lula. A interlocução com a FPA é vista como estratégica, independente de governo, já que a frente congrega 280 parlamentares e é uma das mais influentes do Congresso.


Fonte: Redação

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