O desmatamento ocorrido na década passada reduziu o preço da terra no Brasil, favorecendo a compra dessas áreas por uma pequena parcela de produtores, aponta um estudo lançado na quinta-feira (17) pelo Instituto Escolhas, feito por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).A pesquisa mostra que o desflorestamento entre os anos de 2011 e 2014 fez com que as terras brasileiras valessem, em 2017, R$ 136,7 bilhões a menos do que valeriam na ausência dele, uma depreciação equivalente a R$ 391 por hectare. A lógica, indica o estudo, é que a desvalorização aumenta a oferta de terras, beneficiando produtores que tenham recursos para comprá-las e que estejam em regiões onde essas terras estão disponíveis. "[Neste caso,] o produtor que comprou novas terras contou com uma ajuda do desmatamento, mesmo que ele não tenha derrubado uma só árvore", diz a pesquisa. "Ele conseguiu preço melhor para comprar terra, aumentar seu patrimônio e seu volume de produção".Por outro lado, o desmatamento prejudicou produtores sem recursos ou de regiões sem oferta de terras, além de ter reduzido o valor de suas propriedades, acrescenta o estudo.Entenda: O que está em jogo no projeto de regularização de terras públicas que tramita no CongressoMunicípios com maior desvalorização
Municípios que tiveram maior perda no valor de suas terras
A pesquisa mostra que nos municípios em que ocorreu a expansão da fronteira agropecuária – situados, predominante, na Amazônia Legal e Matopiba (região que compreende estado de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – a depreciação foi ainda maior.
G1