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INVESTIMENTOS

Cooperativas do agro "ignoram" queda de commodities e aumentam investimentos


A queda da rentabilidade em 2023, resultado das oscilações dos preços das commodities, não desestimulou as cooperativas do agronegócio, que seguem com ímpeto de investir — especialmente em projetos industriais, destinados a agregar valor aos produtos. Entre as maiores cooperativas do setor, Coamo, Lar, Aurora, Comigo, Cocamar, C.Vale, Frísia e Coopavel informaram neste ano que investirão R$ 7,4 bilhões na área industrial, segundo levantamento do Valor Data. Em alguns casos, os aportes vão se estender até 2026. No ano passado, essas cooperativas anunciaram investimentos de R$ 3,8 bilhões.

O aumento dos aportes, mesmo em um quadro de desvalorização de produtos importantes para as cooperativas, como a soja, será possível graças aos bons resultados que elas acumularam em anos anteriores. "As cooperativas estão sendo chamadas a usar suas reservas ou buscar financiamentos para sustentar o plantio da safra ou a expansão dos negócios, tendo em vista a perda de rentabilidade dos cooperados", disse Fabio Silveira, sócio diretor da MacroSector.

Para o economista, em 2024, as margens das cooperativas seguirão pressionadas pelo baixo preço dos grãos, pela quebra de safra no Brasil e pela diminuição das importações chinesas de carnes. Em 2023, a margem operacional das 15 maiores cooperativas do país caiu 1,4 ponto percentual, para 4,8%, e a margem líquida, 1 ponto percentual, para 3,4%.

Entre os investimentos anunciados neste ano, o maior é o da Coamo, a maior cooperativa agrícola do país, que desembolsará R$ 3,5 bilhões entre 2024 e 2026. No ano passado, a Coamo investiu R$ 569,7 milhões em uma fábrica de ração, com capacidade para 200 mil toneladas por ano, e também em entrepostos e escritórios. Do volume de recursos que prevê para o atual triênio, a cooperativa destinará R$ 1,67 bilhão às obras de uma usina de etanol de milho, com capacidade para processar 600 mil toneladas do grão por ano. A cooperativa também construirá quatro entrepostos, adicionará 500 mil toneladas à sua capacidade de armazenagem e modernizará unidades de beneficiamento.

A goiana Comigo, por sua vez, investirá R$ 1,3 bilhão até 2026 em uma planta industrial em Palmeiras de Goiás (GO), com capacidade para processar 5 mil toneladas de soja por dia. O plano inclui um terminal na Ferrovia Norte-Sul, com capacidade para carregamento de 80 vagões por mês, e plantio de florestas para produção de madeira que alimentará as caldeiras da indústria. "Estamos aguardando as licenças para iniciar as obras. A expectativa é que ela entre em operação em 2027", afirmou o presidente do conselho de administração da Comigo, Antonio Chavaglia.

Globo Rural

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