Setor produtivo tenta reverter restrição ao inseticida tiametoxam

Por Redação em 28/02/2024 às 19:00:25

Representantes do setor produtivo, da indústria de defensivos agrícolas e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniram na manhã de hoje com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para tentar reverter ou alterar a decisão do órgão, da semana passada, de restringir o uso do inseticida tiametoxam no país e proibir sua pulverização aérea.

A preocupação é com os produtores que já adquiriram os insumos de forma antecipada para uso nos próximos plantios. Para o setor, as regras não estão claras.

O comunicado do Ibama, publicado na quinta-feira passada (22/2), diz que produtos que contêm tiametoxam e foram adquiridos previamente poderão ser utilizados até o seu esgotamento.

Há críticas também com a condução do processo de reavaliação ambiental do produto, que não teria seguido o rito estabelecido pela nova lei de defensivos, aprovada no fim de 2023, em que a decisão sobre a reanálise é tomada em conjunto, com coordenação do Ministério da Agricultura.

A indústria produtora de defensivos ainda reclama que o órgão não considerou estudos apresentados pelas empresas para indicar a segurança do uso do produto. Uma reunião está marcada com o Ministério da Agricultura nesta tarde para tentar encontrar solução para o caso.

Visão dos produtores

Hoje, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) disse que as restrições do Ibama afetam a produtividade das lavouras e compromete a sustentabilidade da produção e a disponibilidade de alimentos para a população, com impactos na inflação dos preços dos alimentos.

"A recente lei aprovada pelo Congresso Nacional tenta conectar os órgãos que realizam a reanálise de produtos justamente para evitar que decisões sejam tomadas analisando apenas uma ótica. Nesse caso, do banimento do tiametoxam, o produto tem substitutos, mas estes são menos eficientes, ou seja, precisarão de mais aplicações e em maiores quantidades, aumentando ainda mais o custo de produção, além disso, as moléculas substitutas apresentam mais riscos toxicológicos à saúde humana", diz nota da entidade.


Fonte: GR

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