Governo e auditores agropecuários voltam a discutir mobilização

Por Redação em 23/02/2024 às 12:33:58

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou na quinta-feira (22/02) que a mobilização dos auditores fiscais agropecuários "preocupa", já que pode gerar "atraso de exportação, e demissão". Mas disse confiar que o governo federal e os servidores chegarão a um acordo na semana que vem. A afirmação foi feita após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A mobilização dos auditores dura um mês. Eles reivindicam reajustes salariais e reestruturação da carreira. A chamada "operação padrão" já afetou o setor de carnes, com atrasos nas emissões de certificados em frigoríficos e, consequentemente, nas escalas de abates de animais.

O movimento também gerou acúmulo de quase 2 mil caminhões na fronteira entre Brasil e Paraguai, em Foz do Iguaçu (PR), o que afetou cargas para exportação e importação.

"Na próxima quinta-feira (29/2) tem mais uma rodada [de negociação] e quero crer que ela possa ser já definitiva para harmonizar tudo isso", disse Fávaro, para quem "o movimento é legítimo".

Nesta semana, representantes dos auditores fiscais federais agropecuários (Anffa Sindical) e dos técnicos de fiscalização federal agropecuária (Anteffa) estiveram no Ministério da Agricultura para pedir o envolvimento mais ativo do ministro nas negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). As categorias não têm reajustes desde 2017.

Na quinta-feira, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, disse ao Valor que a Pasta também "monitora a situação" dos fiscais agropecuários, mas que "ainda não é possível fazer uma avaliação sobre eventuais impactos nas exportações".

Na reunião com Fernando Haddad, na sede do Ministério da Fazenda, Fávaro também atualizou o cenário do setor agropecuário, com a evolução da colheita da safra 2023/24 no país. A conversa serviu para balizar a elaboração de medidas para socorrer produtores, em discussão desde o fim de janeiro.

As pastas ainda não definiram a abrangência de público para uma possível prorrogação de parcelas de investimentos neste ano. Com isso, o Tesouro Nacional não estimou o custo da medida, que deverá ser "segmentada" para quem realmente precisa.

"Ainda não dá para aprofundar porque estamos com 30% da safra colhida. Quando chegarmos perto de 50%, no fim de fevereiro, vamos ter mais precisão de quem vai precisar de ajuda", afirmou o ministro da Agricultura.

Apesar da queda dos preços das commodities, o setor não passa por uma "crise" neste momento, disse Fávaro. "O agro está bem, [mas] tem dificuldades, tem perdas climáticas e de renda por causa de preços de commodities", comentou.

Fonte: Globo Rural

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