O agronegócio argentino ficou surpreso com as medidas anunciadas ontem pelo novo ministro da economia do país, Luis Caputo. Entidades sindicais se manifestaram nesta quarta-feira (13/12) afirmando que não esperavam aumento das taxas de exportação (retenciones), depois que elas foram eliminadas pelo governo anterior, em setembro.
Caputo disse, entre outras medidas, que o dólar oficial "passará a valer 800 pesos, para que os setores produtivos tenham realmente os incentivos adequados para aumentar a produção". E acrescentou: "Isto será acompanhado de um aumento provisório do imposto sobre as importações e de retenções nas exportações não agrícolas.
Desta forma, beneficiamos os exportadores com um preço melhor e equalizamos a carga tributária para todos os setores, deixando de discriminar o setor agrícola".
Ele afirmou também que "uma vez superada a emergência, avançaremos na eliminação de todos os impostos de exportação, que consideramos um imposto perverso que dificulta o desenvolvimento argentino".
Na prática, o governo aumentou as retenções de milho e trigo de 12% para 15%, e da carne de 9% para 15% (que valiam antes de setembro). A soja continuará pagando 33%.
Carlos Achetoni, presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), reclamou ao jornal argentino "La Nación": "Ninguém me ligou. Será muito complicado."
A Sociedade Rural Argentina (SRA) também indicou que não teve comunicação sobre qualquer aumento.
O ex-secretário de Agricultura, Juan José Bahillo, disse que o governo de Javier Milei "enganou/" os produtores das economias regionais com um aumento dos impostos.
Conforme a agência Reuters, o setor produtivo marcou uma reunião hoje com a área econômica do outro governo.
Fonte: Globo Rural