Mais "leve", BRF projeta bons resultados em 2024 e ação sobe 7,42%

Por Redação em 27/02/2024 às 14:28:19

As ações ordinárias da companhia de alimentos BRF sobem 7,42%, a R$ 15,05, após a empresa sinalizar que o lucro de R$ 754 milhões no quarto trimestre de 2023 pode ser o começo de um ciclo positivo para a empresa. "Entramos em 2024 muito bem encaixados", afirmou o CEO Miguel Gularte a analistas nesta terça-feira (27/2). O resultado — bem diferente do prejuízo de R$ 956 milhões no mesmo período de 2022 — foi possível graças à redução dos custos.

A empresa economizou R$ 525 milhões com melhorias operacionais, que vão desde o controle mais rígido dos estoques de insumos e produtos acabados, até redução de mortalidade e aumento da conversão alimentar nas granjas parceiras. No ano, o programa de eficiência BRF+ poupou R$ 2,2 bilhões.

Segundo a companhia, o custo de produção por quilo caiu 9,4% no ano passado, quando comparado ao de 2022. Além disso, os gastos no quarto trimestre ficaram 8,9% abaixo da média do ano, indicando um cenário ainda mais positivo para o começo de 2024.

Fabio Mariano, vice-presidente de finanças e relações com investidores, afirma que a empresa está bastante "otimista" neste início de ano. "Temos tudo para ser uma companhia rentável no primeiro trimestre de 2024", diz.

Nas contas do CFO, mantendo os mesmos patamares de investimento (entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3 bilhões) e custos (R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões), a companhia continuará sendo rentável com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) entre R$ 4,6 e R$ 5 bilhões.

Em 2023, o Ebitda ajustado da companhia chegou a R$ 4,7 bilhões, um aumento de 14,8% em comparação com o ano anterior. Desse total, R$ 1,9 bilhão vieram no último quarto.

Nesse trimestre, a BRF também atingiu a melhor geração de caixa trimestral dos últimos três anos, de R$ 613 milhões, e a menor alavancagem (a relação entre dívida e Ebitda) em sete anos, de 2,01 vezes.

A BRF em 2024

No começo de 2023, o mercado mundial de carne de frango era outro: a demanda havia diminuído, sendo superada pela oferta em parte do globo. Os preços caíram no primeiro semestre e, explicou Mariano, a BRF teve que ter paciência para escoar seus estoques internacionais a preços que compensassem.

A situação mudou na segunda metade do ano, e agora, a companhia tem um caminho menos pedregoso à frente. No quarto trimestre, a margem Ebitda do segmento internacional voltou ao patamar de dois dígitos, a 11,1%.

"Nosso giro de estoques, com 75 dias, está em patamares bastante otimizados. Os ganhos nesse sentido serão marginais nesse sentido em relação ao que já capturamos", frisou Mariano.

No mercado interno, a companhia vê indicadores econômicos favoráveis ao aumento do consumo. A diferença entre os preços do frango e da carne bovina, que voltou a ficar acima das médias históricas, também joga a favor da dona da Sadia.

Com o sucesso da primeira fase do BRF+, Gularte e a diretoria da empresa preparam novas estratégias, que devem compreender todas as áreas da empresa. "Mas o mais importante é que se torna uma cultura da companhia. Aprendemos a ser uma empresa de alto desempenho", disse o CEO.

Fonte: Globo Rural

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