O Brasil possui, atualmente, estoque de fertilizantes para os próximos três meses, disse a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em nota, nesta quinta-feira (3), com base em informações colhidas junto a empresas do setor.
O g1 pediu os números deste estoque, mas a Anda não informou até a última atualização desta reportagem.
A associação ressaltou, porém, que o volume do estoque brasileiro está acima da média dos anos anteriores, mas que segue atenta aos impactos da guerra sobre o setor.
"A Anda segue atenta ao fornecimento de cloreto de potássio, pois mais de dois milhões de toneladas já estavam comprometidas com as sanções anteriores à Bielorrússia. E a atenção justifica-se, dado que três milhões de toneladas de cloreto de potássio têm como origem a Rússia".
Outro ponto de atenção é a negociação de fertilizantes nitrogenados, em especial, o nitrato de amônio, porque o agronegócio brasileiro importa um volume expressivo da Rússia.
Com relação aos fosfatados, a dependência do Leste Europeu é menor, o que atenua os impactos de abastecimento para a safra atual.
A associação afirmou ainda que apesar das restrições bancárias impostas pelo Ocidente à Rússia, as transações estão sendo realizadas entre as empresas privadas.
Logística
Outra preocupação da associação é a logística marítima por conta das restrições que estão inibindo o fluxo de navios à região do conflito, acarretando dificuldades para transportar os insumos, como registrado nas operações no Mar Negro. Nesse sentido, o mercado está buscando soluções para cenários como os que estamos enfrentando.
No caso específico da Bielorrússia, deve-se registrar que o setor já encontrava restrições, devido às sanções internacionais relativas ao posicionamento de seu governo, contestado pela maioria das ações. Dentre as sanções, a proibição do transporte de produtos bielorrussos, incluindo o potássio, pelo território da Lituânia impossibilita o acesso aos portos marítimos.
"A Anda reafirma acreditar na diplomacia brasileira e segue seu compromisso em buscar atender à demanda nacional, como acontece até o momento, e continua promovendo diálogos sobre o cenário geopolítico com seus associados, setor agrícola, indústria, sociedade civil e o governo".