Setor de serviços tem maior queda desde julho, aponta IHS Markit

Por Redação em 06/04/2021 às 11:58:56


Com queda em relação aos 47,1 de fevereiro, o indicador aponta para o ritmo de redução mais acentuado desde julho de 2020, destaca o boletim divulgado pela consultoria nesta terça-feira.

Em resposta ao recrudescimento da pandemia e a volta de medidas mais restritivas, analisa a consultoria, as empresas reduziram a atividade de negócios ao ritmo mais rápido desde meados de 2020 – e continuaram reduzindo postos de trabalho.

Enquanto isso, as pressões inflacionárias sobre os custos se intensificaram como não se via há mais de cinco anos. Os preços de venda aumentaram em ritmo mais lento, embora também acelerado, e algumas empresas limitaram os ajustes de preços devido a iniciativas de aumento das vendas.

manicure; serviços

Elza Fiúza/Agência Brasil

O índice de novos negócios não só caiu pelo terceiro mês consecutivo, diz o boletim da IHS Markit, como registrou a maior queda desde junho do ano passado. Além disso, a redução foi disseminada nas cinco grandes áreas da economia de serviços. A contração mais forte foi registrada no segmento de serviços ao consumidor.

Os dados de março também indicaram um novo declínio do índice de novos pedidos do exterior, após a retomada do crescimento em fevereiro.

A demanda estrangeira por serviços brasileiros teve a maior queda desde outubro do ano passado. As evidências destacaram a covid-19 como o fator que mais limitou as vendas para o exterior.

Os esforços contínuos para reduzir os custos, além da renovação da queda no índice de novos negócios, se traduziram em mais redução de postos de trabalho no setor de serviços. O índice de emprego caiu pelo quarto mês seguido e ao ritmo mais rápido desde outubro. Foram observadas quedas em quatro das cinco categorias monitoradas, sendo a única exceção o crescimento das empresas de informação e comunicação.

Na produção industrial em março, o indicador de PMI da IHS Markit também indica queda em março. O índice consolidado de dados de produção caiu de 49,6 em fevereiro para o menor patamar em nove meses: 45,1, destacando uma taxa de contração acelerada e acentuada, diz o boletim da consultoria.

A queda mais rápida da atividade de serviços em oito meses foi acompanhada de uma queda renovada da produção nas fábricas. Da mesma forma, o índice de novos pedidos caiu tanto para os fabricantes de produtos quanto para os prestadores de serviços. Consequentemente, as vendas consolidadas caíram pelo terceiro mês seguido e ao ritmo mais acelerado desde meados de 2020.

Os dados de março indicaram uma queda ampla nos números relativos à folha de pagamento nas categorias de produção e de serviços. Como resultado, o índice agregado de emprego se contraiu ainda mais. O ritmo de redução de postos de trabalho foi moderado, porém o mais acentuado desde agosto do ano passado.

A confiança nos negócios também caiu em março, abafada pelas crescentes preocupações a respeito do avanço da covid-19. O nível geral de sentimento positivo foi registrado no menor patamar em nove meses e abaixo da média histórica da série. O otimismo diminuiu entre os fabricantes de produtos e as empresas de serviços.

A taxa de inflação dos preços de insumos no setor privado atingiu um novo recorde em março, em meio a acelerações notáveis em ambas as categorias de produção e serviços. Os preços de venda agregados subiram a um ritmo mais lento, embora ainda acentuado.

Fonte: Valor

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