Fávaro descarta medidas excepcionais contra inflação de alimentos

Por Redação em 16/03/2024 às 07:15:33

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou nesta sexta-feira (15/3) que o governo não adotará nenhuma medida direta neste momento a fim de tentar reduzir os preços dos alimentos para não causar "estresse" no mercado. Ele disse que o movimento de alta não é "nada excepcional" e se deve à tendência natural de escalada das cotações nos períodos de entressafra, mas que haverá estímulos ao aumento da produção de alimentos que chegam à mesa dos consumidores no próximo Plano Safra.

"Vamos ficar atentos. Medidas podem ser implementadas, mas por ora nenhuma medida será tomada para não causar estresse no mercado", disse Fávaro em coletiva de imprensa em Porto Alegre (RS). "Para o novo Plano Safra, sim, terá estímulos à produção em várias regiões brasileiras, para que possamos diversificar a quantidade desses produtos em várias regiões para sofrerem menos impactos das intempéries climáticas e das mudanças climáticas que vêm acontecendo", completou.

A inflação dos alimentos foi tema de duas reuniões de ministros e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana. O tema preocupa o Planalto por conta do impacto da alta nos preços na popularidade do governo, que registrou queda em pesquisas recentes.

De acordo com Fávaro, os fundamentos não mostram "nada de excepcional" no comportamento de alta dos preços dos alimentos neste momento. "Fora da temporada, na entressafra, a tendência é que preço dos alimentos suba um pouco", apontou.

No caso do arroz, que preocupa o governo, ele repetiu que a colheita em curso já tem reduzido os preços recebidos pelos produtores e que a baixa será repassada aos consumidores em breve. Ele citou que as cotações do cereal dispararam internacionalmente após a Índia fechar suas exportações no ano passado.

Um técnico que atua há anos em Brasília em defesa do setor arrozeiro discorda do peso que governo e economistas têm dado para o arroz na inflação brasileira. Segundo ele, um pacote de cinco quilos do cereal , ao custo médio de R$ 30, alimenta uma família de quatro pessoas por cerca de 30 dias. Nessa conta, o produto representaria gasto de R$ 1 por dia nas contas familiares. "O arroz tem relevância ou influência na inflação?", questiona.

Fonte: Globo Rural

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