Índice de alimentos da FAO recua em agosto, mas preço do arroz chega a maior valor em 15 anos

Por Redação em 08/09/2023 às 16:23:15

O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 2,1% (2,6 pontos) em agosto, para 121,4 pontos. Os preços dos produtos lácteos e dos óleos vegetais ajudaram a puxar o indicador para baixo. Dito isso, a FAO destacou os preços do arroz, que atingiram o maior valor em 15 anos, depois que a Índia restringiu as exportações do cereal.

Na comparação com agosto de 2022, o índice geral da FAO caiu 24% (38,3 pontos).

A Índia é maior exportador mundial de arroz e o aumento dos preços no mercado interno, após uma quebra da safra local, fez o governo restringir as vendas.

"Em um contexto de oferta sazonalmente escassa antes das colheitas das novas safras, a incerteza sobre a duração da proibição e as preocupações de que as restrições à exportação seriam alargadas a outros tipos de arroz fizeram com que os tradings na cadeia de abastecimento mantivessem os estoques, renegociassem contratos ou deixassem de definir preços", escreveu a FAO em relatório. O indicador apenas para o arroz subiu 9,8% em agosto, na comparação com julho.

Outros alimentos

Fora o arroz, os preços globais dos demais cereais caíram 0,7% na comparação mensal, para 125 pontos, com o trigo em baixa de 3,8% e o milho, de 3,4%.

Os preços dos óleos vegetais recuaram 3,1% em agosto, para um índice de 125,8 pontos, liderados pela baixa do óleo de girassol.

O indicador para lácteos caiu 4% no mês, o que marcou o oitavo recuo consecutivo e colocou os preços 22% abaixo do registrado há um ano, com 111,3 pontos.

Os preços da carne recuaram 3%, para 114,6 pontos em agosto, liderados pela baixa nos preços de ovelhas e frangos.

Única alta

O único grupo em alta foi o de açúcar, que subiu 1,3% na comparação mensal e 34,1% em relação a agosto de 2022, para 148,2 pontos.

Segundo a FAO, preocupações com as más colheitas desencadeadas pelo fenômeno climático El Niño são responsáveis pelo preço. "Na Índia, as chuvas abaixo da média em agosto foram prejudiciais ao desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, enquanto se espera que as condições climáticas secas persistentes na Tailândia afetem negativamente a produção de açúcar em 2023/24".

Sobre o Brasil, maior player global, a agência afirma que as chuvas dificultaram as operações de campo em algumas áreas; no entanto, a grande colheita atualmente em curso limitou a pressão ascendente sobre os preços mundiais do açúcar.

"O enfraquecimento do real frente ao dólar e a redução dos preços do etanol também contribuíram para conter o aumento dos preços mundiais do açúcar."

Fonte: Globo Rural

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