Agronegócio passa ileso à tombo recorde do PIB no 2º trimestre

Por Redação em 01/09/2020 às 10:31:32

Apesar do pouco peso no cálculo do PIB, analistas destacam que o agronegócio representa um segmento com grande protagonismo na economia brasileira. Soja: principal produto de exportação do Brasil e setor mais importante do agronegócio brasileiro

Cotrijal/Divulgação

A pandemia de coronavírus provocou um tombo recorde da economia no 2º trimestre e colocou o Brasil de novo em recessão - segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (1º), a queda foi de 9,7% frente aos três meses anteriores.

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E o agronegócio foi a exceção, conseguindo desempenho positivo no 2º trimestre entre os grandes setores da economia. Com crescimento de 0,4% no período, o setor contribuiu para amenizar a intensidade de tombo da economia entre os meses de abril e junho.

Variação do PIB por setores

Juliane Souza/G1

O crescimento foi sustentado tanto pela perspectiva de safra recorde, como também pelo maior interesse chinês pela soja brasileira e pelo câmbio favorável para os exportadores.

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"O agronegócio passou realmente incólume. A pandemia não atrapalhou nem a colheita nem o transporte de carga. E mesmo o setor agroindustrial, sobretudo o relacionados a alimentos, sofreu muito pouco, tanto porque a exportação continua firme e forte como porque a demanda interna para produtos essenciais segue sem queda", afirma Silvia Matos, economista do Ibre/FGV.

Mesmo com pouco peso no cálculo do PIB, com participação da ordem de 5%, os analistas destacam que o agronegócio representa um segmento com grande protagonismo na economia brasileira, principalmente quando se leva em conta também a participação das agroindústrias (como frigoríficos) e o setor de serviços da atividade (como transporte de cargas).

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O economista Sergio Vale, da MB Associados, explica que o agronegócio está passando por um "momento recorde de produção e renda", que tem ajudado a dinamizar a economia das regiões com forte presença desse setor como o Centro-Oeste.

A projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é de que o PIB do setor registre crescimento de 1,5% em 2020. Para 2021, a expectativa é de que o agro cresça 3,2%.

Os principais destaques do resultado do PIB no 2º trimestre foram:

Serviços: -9,7% (queda recorde)

Indústria: -12,3% (queda recorde)

Agropecuária: +0,4%

Indústria da transformação: -17,5%

Indústria extrativa: -1,1%

Construção civil: -5,7%

Consumo das famílias: -12,5% (queda recorde)

Consumo do governo: -8,8%

Investimentos: -15,4%

Exportação: +1,8%

Importação: -13,2%

Fonte: G1

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