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BRF e HPDC investem US$ 160 milhões em nova fábrica de processados na Arábia Saudita

Por Redação em 21/04/2025 às 08:53:56

Em mais um passo rumo à expansão no mercado árabe, a BRF anunciou nesta segunda-feira (21/4) que construirá uma fábrica de alimentos processados de frango em Jeddah, na Arábia Saudita. Serão investidos US$ 160 milhões pela joint venture BRF Arabia Holding Company, em que a BRF tem parceria com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do fundo soberano saudita Public Investment Fund (PIF).

A BRF vai arcar com 70% do aporte, enquanto a HPDC entrará com os 30% restantes — proporção de cada uma na joint venture. O cronograma de desembolsos tem duas etapas, sendo aproximadamente US$ 63 milhões aplicados durante 2025 e US$ 98 milhões no ano que vem. O início da operação está previsto para meados de 2026.

A fonte dos recursos ainda está em estudo, entre caixa próprio da BRF ou financiamentos.

Para Marcos Molina, controlador e presidente do conselho de administração da BRF, o investimento representa mais um avanço para a estratégia da empresa de ter presença global.

"Fortalece nossa atuação em um mercado altamente estratégico para a companhia, além de consolidar a parceria com o reino da Arábia Saudita em sua agenda de segurança alimentar", disse o empresário.

Na avaliação de Fahad Alnuhait, CEO da HPDC, a fábrica vai atender a demanda doméstica crescente por produtos processados e também reduzirá a dependência do reino das importações. "Ela apoia diretamente o mandato mais amplo da HPDC de desenvolver o ecossistema halal e posicionar o reino como o centro global de produtos halal", comenta.

A fábrica terá capacidade de produção em torno de 40 mil toneladas por ano e estará em um terreno modular, que pode acomodar várias fases de expansão se necessário.

"O que anunciamos agora é a fase 1. Há esse potencial de crescimento e é possível mais que dobrar a capacidade dessa fábrica", explicou Igor Marti, vice-presidente para o mercado halal da BRF, à reportagem. "A capacidade sempre vai acompanhar a demanda, a gente vai adaptando de acordo", completou.

Inicialmente, a produção da nova unidade será destinada em sua maioria ao consumidor do mercado saudita, porém existe a possibilidade de exportação para outros países da região.

Negócio na Arábia

De acordo com o vice-presidente, a maior parte da matéria-prima que vai abastecer a fábrica de Jeddah será enviada do Brasil pela BRF. No entanto, uma parcela do frango halal também virá da produtora de aves Addoha Poultry Company, empresa saudita da qual a BRF adquiriu recentemente 26% de participação.

"Essa fábrica tem sinergia com a Addoha, que tem granja, abate e frango resfriado. A matéria-prima da fábrica de Addoha vai servir também na nossa fábrica de valor agregado", comentou Marti.

A nova planta será a terceira da BRF na região, e a escolha de Jeddah foi outro ponto relevante para a empresa. A cidade é a segunda maior do país, fica próxima a projetos sauditas de expansão populacional e tem acesso considerado eficaz às rotas de importação de insumos vindos do Brasil.

A empreitada da BRF ocorre em um momento em que o reino da Arábia Saudita está aberto para a chegada de empresas estrangeiras e fomenta investimentos externos que visem a garantia de segurança alimentar local. O Ministério de Investimento saudita oferece condições facilitadas para companhias, em geral.

Segundo Marti, os termos que foram negociados com a BRF na construção da nova unidade são estratégicos e não podem ser divulgados.

De acordo com o executivo, existe um desejo "natural" do reino de ampliar a produção de matéria-prima, o frango, no país árabe. No caso da BRF, "se fizer sentido econômico, a gente faz também. Estamos sempre olhando [novas oportunidades de investimento]", afirmou.

Status da BRF

Controlada pela Marfrig, a companhia de alimentos BRF terminou 2024 com lucro líquido recorde de R$ 3,7 bilhões. A geração de caixa livre chegou a R$ 6,5 bilhões no ano passado, a maior desde a criação da empresa, e a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) foi a menor entre os frigoríficos, de 0,79 vez.

Nesse contexto, analistas do mercado já sinalizavam que havia espaço para eventuais investimentos vindos da empresa.

Fonte: GR

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