O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou recentemente o financiamento de quatro projetos via Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e Finem no valor de R$ 216,6 milhões para empresas de diferentes ramos do setor agropecuário: grãos, açúcar e ração animal.
O maior volume de recursos liberados pelo BNDES foi para a Copacol. A cooperativa paranaense vai investir R$ 83,8 milhões na ampliação de três unidades de armazenamento e em uma fábrica de rações. Serão R$ 52,84 milhões em recursos do PCA e R$ 31 milhões do Finem.
Em Cascavel (PR), o investimento vai ampliar a capacidade da unidade armazenadora de grãos de 23,5 mil toneladas para 58 mil toneladas. Serão construídos três silos com linhas de carga e descarga.
Já em Jesuítas, no interior do Paraná, a Copacol vai construir quatro silos metálicos, cada um com capacidade para 11,5 mil toneladas, para ampliar de 163 mil toneladas para 209 mil toneladas o espaço de armazenamento da sua fábrica de rações. Já na unidade de recebimento de grãos no município, as obras vão expandir a estocagem de 45 mil toneladas para 68 mil toneladas, com mais dois silos.
Também no Paraná, a Coamo vai investir R$ 52,8 milhões com recursos do PCA em três municípios: Barbosa Ferraz, Brasilândia do Sul e Engenheiro Beltrão. As obras serão de modernização e ampliação da estrutura de armazenagem de soja e milho nas unidades do Centro-Oeste paranaense. O incremento na capacidade de estocagem será de 60 mil toneladas, totalizando 183,6 mil toneladas.
Em Mato Grosso do Sul, o BNDES vai financiar a Energética Santa Helena com R$ 40 milhões para construir um armazém, com capacidade para até 50 mil toneladas, e uma fábrica de açúcar, que irá produzir 850 toneladas por dia junto à usina de etanol do grupo em Nova Andradina.
Com os investimentos, a companhia, cuja principal fonte de receita é a venda de etanol anidro e hidratado, terá flexibilidade para alternar a produção para açúcar e álcool etílico, maximizar a renda e diminuir riscos no negócio. Serão R$ 25 milhões em recursos do PCA e R$ 15 milhões em Finem.
A Vale do Paracatu buscou um financiamento de R$ 40 milhões (R$ 25 milhões do PCA e R$ 15 milhões do Finam) para construir um armazém, com capacidade para estocar até 1,2 milhão de sacas de açúcar, e uma fábrica em Paracatu (MG), com produção estimada de 155 mil toneladas por ano.
"Os projetos atendem aos objetivos de fortalecer a produção agrícola brasileira, além de modernizar, reformar e construir novos armazéns, ampliando a capacidade de armazenamento e gestão de estoques para enfrentar sazonalidades", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
De acordo com a instituição, o ritmo de acesso aos recursos para armazenagem estão mais acelerados nesta safra. De julho a fevereiro, o BNDES já aprovou R$ 2,2 bilhões em propostas do PCA, aumento de 16% em relação aos R$ 1,9 bilhão liberados no mesmo período da temporada anterior. Somados, os valores superam os desembolsos dos cinco ciclos anteriores, informou o banco.
Por outro lado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse em audiência no Senado que há sobra de recursos do PCA no Banco do Brasil. A instituição pediu para remanejar recursos, que têm equalização de juros, para outras linhas que estão com demanda aquecida a três meses do encerramento da safra 2024/25.
O pedido surpreendeu Fávaro. "O banco pediu remanejamento porque não tinha pleito na esteira. Há uma carência no crescimento de armazenagem. Precisamos entender os motivos ou se precisa de aperfeiçoamento do modelo", disse na audiência.
"Quando tem recurso disponível e o banco pede para remanejar porque não tem tomadores, tem algo errado. Vamos entender porque não tem demanda para construção de armazéns", completou.
No Plano Safra 2024/25, foram concedidos R$ 2,6 bilhões em financiamentos via PCA, valor 55% menor que os R$ 4 bilhões acessados de julho de 2023 a fevereiro de 2024.
Fonte: GR