São Martinho lucra 25% menos no terceiro trimestre da safra 2024/25

Por Redação em 08/02/2025 às 09:20:25

A alta das taxas de juro no fim de 2024 começou a impactar o resultado contábil da São Martinho. A companhia, uma das maiores do setor de açúcar e etanol, viu seu lucro líquido cair 25% no terceiro trimestre da safra 2024/25, para R$ 157,9 milhões.

A queda está relacionada à marcação a mercado das taxas de juro de sua dívida. Embora não tenha efeito caixa, a alta das taxas futuras teve impacto contábil no trimestre em R$ 200 milhões.

"Se as curvas [de juro] tivessem se comportado de forma relativamente estável, o lucro contábil teria sido até melhor do que no ano passado, mesmo com a cana queimada [pelos incêndios] e o capex para tratar as áreas queimadas", disse Fabio Venturelli, CEO da São Martinho.

Segundo ele, a companhia teve que correr no último trimestre para tratar o canavial afetado pelos incêndios "para não dar chance para o mato tomar conta" e aproveitar enquanto as chuvas não retornaram com frequência.

O lucro caixa, que não reflete ajustes contábeis, cresceu 11% no trimestre, para R$ 186,4 milhões, fruto da melhora dos resultados operacionais e comerciais.

A companhia encerrou a moagem de cana desta temporada em 21,8 milhões de toneladas, queda de 5,5% ante a safra passada — que fora recorde. Porém, a produção melhorou no geral por causa da recuperação do teor de sacarose na cana e pela operação da usina de etanol de milho a plena capacidade - a unidade processou 402 mil toneladas até o terceiro trimestre e deve encerrar a safra em 500 mil toneladas.

Com isso, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), já contando a conversão da produção a partir do milho, alcançou 3,398 milhões de toneladas, em linha com a safra passada (alta de 0,5%).

As vendas foram melhores no mercado de etanol, no qual a São Martinho pode ofertar mais produto por causa do processamento de milho, aproveitando ainda a alta dos preços na comparação anual.

A receita líquida total da empresa no trimestre cresceu 14,6%, para R$ 1,845 bilhão. Em nove meses, a companhia já alcançou R$ 5,460 bilhões de receita líquida, quase R$ 1 bilhão a mais do que no mesmo período da safra anterior.

As vendas de etanol geraram receita de R$ 927 milhões no trimestre, um salto de 49,2%. Já a receita com açúcar caiu 8,3% no trimestre, para R$ 760 milhões.

A operação de processamento de milho voltou a dar resultados positivos, após iniciar no vermelho na safra passada. A receita trimestral com as vendas de etanol de milho, DDGS e óleo de milho subiu 70,4%, para R$ 198 milhões, e o Ebitda do negócio ficou em R$ 74 milhões. Desde o início da safra, a operação de milho contribuiu com aproximadamente 5% do Ebitda total da São Martinho no período.

O Ebitda total do trimestre teve um incremento mais forte que o da receita, de 50,4%, para R$ 1,058 bilhão. Esse aumento reflete processos tributários que a companhia venceu e entraram no caixa, explicou Felipe Vicchiato, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.

A dívida líquida também teve um forte aumento. Na comparação com o início da safra, o endividamento líquido cresceu 54,9%, para R$ 5,134 bilhões, fruto da maior necessidade de capital de giro para o período da safra. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda em 12 meses (alavancagem) teve alta de 24,2% e encerrou o trimestre em 1,34 vez. Porém, a posição de caixa da São Martinho era de R$ 3,23 bilhões, suficiente para cobrir mais do que três anos de dívida.

Fonte: GR

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