Defeso Piracema 2024
 0:02 / 0:30 Mato Grosso Realiza o Maior Pacote de Infraestrutura- BR 163

Exportações de peixes mais do que dobram em 2024

Por Redação em 02/02/2025 às 08:56:17

As exportações da piscicultura brasileira fecharam 2024 com um crescimento recorde na receita de 138%, atingindo US$ 59,01 milhões ante os US$ 24,75 milhões do ano anterior. Em volume, os embarques também mais que dobraram (102%), passando de 6.815 toneladas em 2023 para 13.792 toneladas. Antes, 2023 tinha registrado o melhor resultado em receita, mas o recorde de volume era de 2021, com 9.891 toneladas.

A tilápia, que representa 94% do total exportado, teve uma receita de US$ 55,6 milhões e um volume de 12.463 toneladas.

O aumento do embarque de filés frescos foi o que mais pesou no crescimento das exportações, atingindo US$ 36 milhões. Em segundo ficou a categoria de peixes inteiros congelados, com US$ 17 milhões, e bem mais abaixo, os subprodutos de peixes impróprios para a alimentação humana, que vão para a Ásia. Os dados são da parceria entre Embrapa Pesca e Aquicultura e Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Manoel Pedrosa, pesquisador da Embrapa, diz que o aumento dos embarques da tilápia se deve à redução de preço da espécie no mercado interno. Enquanto no final de 2023 o preço pago ao produtor era de R$ 9,73 o quilo em média, ao término de 2024 o valor caiu para R$ 7,85, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP.

Outros fatores que explicam o grande crescimento das exportações da piscicultura nacional são o câmbio, com o aumento da cotação do dólar frente ao real, e a maior produção de tilápia no país, que não foi absorvida pelo mercado interno.

Os Estados Unidos dominaram o ranking de importações de peixe brasileiro, sendo responsável por 89% da receita ou US$ 52,3 milhões. A principal espécie vendida aos norte-americanos foi a tilápia. Já os peixes nativos foram a preferência do Peru, que importou US$ 1,1 milhão de curimatá, US$ 746 mil de pacu e US$ 571 mil de tambaqui.

Apesar do crescimento recorde nas exportações em 2024, a balança comercial de produtos da piscicultura fechou com déficit de US$ 992 milhões devido ao aumento das importações, que atingiram US$ 1 bilhão, com destaque para o salmão (US$ 990 milhões), seguido pelo pangasius.

Sucesso de planejamento

Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR, disse à Globo Rural que o resultado das exportações em 2024 demonstra que foi um sucesso o planejamento iniciado em 2018, com a implantação do drawback (eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado) da tilápia, associada a outros fatores como investimento na produção e na modernização dos equipamentos nas indústrias, participação em feiras internacionais e melhoria da competitividade interna.

"Além disso, uma ação da Peixe-BR com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o FDA ( Food and Drug Administration, agência federal dos EUA que controla drogas e alimentos) suspendeu a exigência do CSI (Certificado Sanitário Internacional), tornando a exportação mais ágil e preparando a cadeia produtiva para aproveitar a oportunidade que surgisse. E ela veio em 2024."

Segundo o dirigente, o Brasil, de quarto maior exportador de filé de tilápia para os Estados Unidos, passou a ser o segundo e pode terminar 2025 na liderança.

São Paulo cresce 507%

O Paraná se manteve como principal Estado exportador, com US$ 35,7 milhões ou 64% do total, mas quem surpreendeu foi São Paulo, passando de US$ 2,7 milhões em 2023 para US$ 16,7 milhões, um aumento de 507%. Agora, as exportações de São Paulo representam 30%.

Uma empresa paulista que mais que dobrou suas exportações no ano passado foi a Fider Pescados, pertencente ao grupo M.Cassab. Segundo o diretor-geral, Juliano Kubitza, mais da metade do filé de tilápia fresco exportado por São Paulo e cerca de 20% do país saiu da empresa que tem fazenda de engorda e frigorífico em Rifaina e abateu 9.000 toneladas de peixe inteiro no ano passado, produzindo 30% de filés, mais postas e subprodutos.

"Antes, nossas exportações eram sazonais, mas em 2024 começamos a exportar para os Estados Unidos e Canadá regularmente em fevereiro e seguimos até dezembro com bom volume."

O diretor estima que as exportações devem se manter em alta neste ano e a produção deve subir porque a Fider está investindo R$ 5 milhões em nova estrutura de engorda na represa de Estreito, em Pedregulho, a 25 km de distância da fazenda atual, localizada na represa de Rifaina.

Segundo Kubitza, o preço da tilápia continua baixo neste ano, mas pelo menos parou de cair. Na última semana, em 24/1, o Cepea apurou preços variando de R$ 7,16 na região dos Grandes Lagos (noroeste de São Paulo e divisa com Mato Grosso) a R$ 8,82 no norte do Paraná.

O diretor da Fider não acredita que o novo presidente americano, Donald Trump, vá taxar as importações de filé de tilápia (hoje zeradas) porque os EUA não têm cadeia produtiva da espécie e dependem de fornecedores externos. "É um alimento barato e a taxação aumentaria o preço na ponta, gerando inflação."

Segundo ele, o país de Trump compra mais de 500 toneladas de filé fresco da espécie por semana de Colômbia, Brasil, Honduras e México.

Fonte: GR

Comunicar erro

Comentários

Movimento MT por Elas
Nota MT 2024
Acomp Gyn - Goiania Deusas do luxo