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Produção de maçã deve ter recuperação nesta safra

Por Redação em 01/02/2025 às 08:24:43

A colheita para a safra 2024/25 de maçã no Sul do país começa com tom otimista após um último ano difícil. A Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) estima que a produção atinja 915 mil toneladas, um aumento de aproximadamente 10% em relação ao ciclo anterior.

O diretor executivo da ABPM, Moisés de Albuquerque, explica que a alta representa uma retomada após 2024 registrar a pior colheita desde 2016 em razão das chuvas excessivas ocorridas ao final de 2023 e em maio de 2024.

O excesso hídrico ainda apresentam efeitos na safra atual, refletindo no tamanho da produção. "As chuvas geraram um desequilíbrio no ciclo produtivo. Por isso, a safra deste ano ainda será menor que a nossa média histórica. Apesar de não representar um ciclo perfeito, apresenta uma melhora importante", defende.

"A maçã produz em ramos de dois anos, então tivemos o reflexo em cima da produção que estava se formando e colhemos no ano passado, mas também em cima de toda a estrutura produtiva que estava se formando nos ramos e que está gerando a colheita deste ano", acrescenta Moisés.

No entanto, ele explica que, mesmo ainda sofrendo os efeitos das chuvas, os pomares foram favorecidos por condições climáticas adequadas, que contribuíram para uma produção de grande qualidade.

Albuquerque destaca que a temporada atual teve mais luminosidade em comparação com o ciclo anterior, devido ao fenômeno La Niña. Além disso, uma florada mais precoce, com menos chuvas, contribuiu para um desempenho superior ao do ano passado. Segundo ele, os frutos estão bem distribuídos nas plantas, o que favorece o calibre das maçãs.

"Em dezembro, tivemos uma boa amplitude térmica, com dias quentes e noites mais frias, o que foi positivo para a coloração dos frutos", explica o diretor.

De acordo com a ABPM, o Brasil tem mais de 33 mil hectares dedicados à produção de maçãs, com um potencial produtivo superior a 1,35 milhão de toneladas anuais.

Qualidade

O presidente da ABPM, Francisco Schio, destaca que, além do crescimento na produção, o principal diferencial desta safra é a qualidade dos frutos.

"Estamos iniciando mais um ciclo de colheita com grande expectativa. A qualidade da maçã está excelente, e a previsão é de que o aumento da produção traga ótimos resultados. Temos certeza de que este será um ano muito positivo para os produtores e consumidores", frisa.

Ele ressalta que os frutos apresentam tamanho médio superior, boa coloração e características favoráveis para uma boa conservação após a colheita, o que pode garantir um aproveitamento ainda maior para embalagem e oferta de frutas frescas. Segundo a ABPM, a expectativa é que a oferta potencial seja 20% superior à de 2023/24.

Indústria

A Fischer Agroindústria iniciou sua colheita no Estado de Santa Catarina no dia 27 de janeiro, com atividades concentradas em poucas áreas. A previsão é que o ritmo de colheita se intensifique nas próximas semanas.

Com 2.300 hectares de pomares próprios, a empresa mantém uma produção média de 80 mil toneladas por ano e também adquire cerca de 40 mil toneladas de maçãs de pequenos produtores parceiros.

Segundo Arival Pioli, diretor executivo da companhia, o volume de maçãs a ser colhido deve ser cerca de 10% maior que o registrado no ciclo anterior. "A grande surpresa este ano, porém, é a qualidade. A fruta está muito superior em relação ao ano passado, tanto em aparência quanto em qualidade", destaca.

Ele diz que as maçãs estão não só visualmente atrativas – com boa coloração, lisura e aparência geral – mas também com características sensoriais aprimoradas, como suculência, crocância e sabor.

Pioli também comenta sobre o clima favorável, que tem contribuído para o desenvolvimento da safra, mas alertou para os riscos climáticos, comuns no setor. "Apesar das condições favoráveis, sabemos que tempestades, seca ou granizo podem impactar a qualidade e a produtividade da fruta, e esse risco permanece até o fim da colheita", completa.

Clima ainda preocupa produtores

A produtora Kátia Fenner, de São Joaquim (SC), ainda não começou a colheita, prevista para meados de fevereiro. "Esta seria nossa primeira safra cheia, e esperávamos colher 50 toneladas. A expectativa era ótima, estava prometendo ótima produção, onde muitos [outros produtores] relatavam diminuição desta devido problemas desde a florada e frios tardios", relata.

No entanto, as condições climáticas já começaram a frustrar as expectativas da produtora. No primeiro dia do ano uma chuva de granizo atingiu o pomar, afetando a qualidade das maçãs e o valor delas no mercado.

"Marcou muito a maçã e, desta forma, o valor comercial fica muito pouco. A estética dela fica comprometida, bem como a parte interna de algumas, também devido à força do impacto causado pelas pedras de granizo", conta Kátia. Ela explica que o valor pago pelas frutas atingidas deve ser bastante inferior ao de frutas em perfeito estado, uma vez que devem seguir para a indústria e lojas "sacolão".

O clima foi o maior desafio da safra até o momento, pontua a produtora. "Muito descontrolado, tivemos pouca luminosidade do sol em tempos da floração para as abelhas trabalharem e frios com geadas também", diz.

A preocupação, de agora em diante, é com a possibilidade de chuvas intensas e com granizo "para não acelerar a maturação da fruta, porque atrasa todo o trabalho, e a maçã precisa ser colhida antes da sua total maturação para ser armazenada nas câmaras frias", aponta Kátia.

Fonte: GR

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