Após forte alta em outubro, a atividade agroindustrial retrocedeu em novembro, com queda disseminada entre os segmentos. O Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro, elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), recuou 3,1% na comparação com novembro do ano anterior, que teve um dia útil a menos.
Com isso, diminuíram as chances de a agroindústria encerrar 2024 com crescimento de 2,7%, como esperado. O FGV Agro não descarta que o setor tenha terminado o ano com avanço perto de 2%.
Além disso, os novos números "colocam em dúvida sobre como o segmento deverá iniciar o ano de 2025", segundo o centro. Se por um lado as perspectivas de safra recorde de grãos dão um alento ao setor, o ambiente de incertezas é reforçado pela alta do dólar e pela desaceleração da economia.
Em 2024, o desempenho de janeiro a novembro foi positivo. No período, o PIMAgro subiu 2,2%, a maior alta desde 2010.
O pior resultado de novembro foi registrado no setor de alimentos e bebidas, cuja produção caiu 5% no mês. A atividade do setor de bebidas cedeu 8,4%, com destaque para a retração de 10,6% da indústria de bebidas não alcoólicas.
No setor de alimentos, em que a produção recuou 4,3%, houve queda na produção de conservas e sucos, refino de açúcar, arroz e moagem de trigo. No conjunto, a produção das indústrias de derivados vegetais contraiu 9,4%.
Até mesmo as indústrias de produtos de origem animal, que vinham em forte crescimento, tiveram desempenho negativo no mês, puxadas pelas indústrias de laticínios e pescados. No conjunto, esse segmento recuou 0,8%. Já as indústrias de carnes tiveram crescimento. No acumulado do ano, as indústrias de produtos de origem animal foram o destaque da categoria, com crescimento de 4,3%.
Por sua vez, o segmento de produtos não alimentícios interrompeu a sequência de cinco meses de alta e caiu 0,9%. A maior retração foi da indústria de biocombustíveis, que recuou 23,2%, dado o encerramento antecipado da safra de cana no Centro-Sul.
Outras indústrias desse segmento continuaram crescendo, como as de insumos agropecuários, que foram favorecidas pela melhora das relações de troca do milho e das perspectivas climáticas mais favoráveis para a segunda safra. Em novembro, as indústrias de insumos cresceram 7,9%.
Fonte: GR