As ferramentas de inteligência artificial estão ficando cada vez mais acessíveis, um fenômeno que, em 2025, deverá criar novas oportunidades para as agtechs, as startups que integram a cadeia de produção agropecuária. Além dessas tecnologias, que incluem sistemas de monitoramento, análise dedados e rastreabilidade, também ganha corpo, em decorrência das mudanças climáticas, o uso sustentável da biodiversidade, o que coloca a bioeconomia no radar das empresas iniciantes de base tecnológica que atuam no agro.
"É uma oportunidade para novos projetos. Não dá para falar de agtechs sem falar de bioeconomia, que está sendo usada para resolver desafios de impacto ambiental, conseguindo gerar renda para o produtor e dar origem a novos produtos" afirma Ingrid Barth, presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
Os números da entidade mostram que as agtechs têm espaço para crescer no mercado brasileiro. Ainda que o agronegócio responda, hoje, por quase 50% da balança comercial do país, as startups do setor representam apenas 4% desse universo de empresas, segundo o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups de 2024. Os segmentos de educação e finanças, com 10,1% e 9,7%, respectivamente, têm asmaiores fatias do contingente de startups nacionais.
Em 2025, avalia a dirigente, as agtechs estarão entre os principais vetores de inovação entre as empresas de tecnologia. O mercado apresenta oportunidades tanto de consolidação e amadurecimento quanto de surgimento de novos negócios, diz. Além disso, para muitas dessas companhias, o próximo ano será também de preparativos para o ingresso no mercado internacional.
"Eu vejo crescimento do número de agtechs e o surgimento de mais concorrência. O setor precisa entender tecnologias e precificação e mapear os potenciais consumidores para se preparar para uma atuação global", afirma.
Neste ano, relata a executiva, o uso da inteligência artificial ganhou mais espaço entre as startups do agronegócio. Algoritmos recebem grandes volumes de dados e são "treinados" para aumentar a precisão das operações de campo, como o monitoramento de pragas, doenças e também das condições climáticas.
As startups em geral, e as agtechs em particular, encontraram também um ambiente internacional favorável em 2024, avalia a presidente da Abstartups. Ingrid pontua que, ao sediar o encontro do G20, em novembro, o Brasil conseguiu mostrar aos principais mercados globais seu ecossistema de inovação e tecnologia, do qual o agronegócio é um dos principais destaques.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima(COP30), em Belém, no fim de 2025, deverá ser outra gran-de vitrine internacional para o segmento. Agendas que têm relação com a agropecuária, como segurança alimentar, clima e Amazônia, ganharão ainda mais ressonância no debate global, avalia a dirigente. "O agro brasileiro é um dos setores mais inovadores do mundo, e isso impulsiona onascimento e o crescimento das agtechs", diz.
Fonte: GR