Os preços do cacau não param de subir na bolsa de Nova York, e os temores de uma nova crise na oferta podem levar as cotações a um novo recorde. Os contratos com entrega para março terminaram a sessão desta sexta-feira (13/12) cotados a US$ 11.300 a tonelada, valorização de 4,43%. Essa foi a oitava alta consecutiva do cacau na bolsa.
No oeste da África, que responde por cerca de 70% da safra global, a colheita da safra principal, que começou em outubro, acumula alguns problemas, como lotes com baixa qualidade e relatos de doenças.
O clima na região deve continuar adverso, pois as altas temperaturas podem minar o potencial de produção da safra intermediária, que será colhida em abril. Diante desse cenário, Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, acredita que devem aumentar as chances de o cacau superar as US$ 11.878 a tonelada, recorde histórico de preço, alcançado em abril.
"As altas temperaturas podem prejudicar a safra intermediária e fazer a produção carregar mais um ano de déficit. Assim, a perspectiva de safra boa só aconteceria em outubro de 2025", ressalta o analista.
Além da oferta curta que deve dar sustentação aos preços, a demanda por produtos derivados do cacau, como o chocolate, deve seguir firme, limitando as chances de queda para as cotações da commodity.
"Nessa época de Natal temos um aumento sazonal do consumo. As viagens aéreas nesse período são um termômetro para o mercado do cacau, e teria que haver uma diminuição brusca na demanda para ter impacto a ponto de derrubar a cotação. Com muitas economias aquecidas, como é o caso da americana, o problema da oferta é quem vai fazer preço em Nova York", pontua.
As altas recentes do café na bolsa de Nova York abriram espaço para correção dos valores futuros, mas que ainda seguem em patamares históricos. Os contratos para março fecharam em queda de 0,54%, para US$ 3,1950 a libra-peso.
Na última terça (10), o café atingiu a máxima de US$ 3,3415 no pregão, e analistas não descartam novos recordes, com fatores técnicos e restrição de oferta como principais pontos de atenção no mercado.
O preço do açúcar demerara registrou queda de 1,23% na bolsa de Nova York. O papel com vencimento em março terminou a sessão cotado a 19,26 centavos de dólar a libra-peso.
O algodão também fechou com preços mais baixos na bolsa. Os lotes para março caíram 1,17%, cotados a 69,27 centavos de dólar por libra-peso.
Apenas o suco de laranja encerrou o pregão com preços em alta dentre as commodities agrícolas em Nova York. Os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para janeiro fecharam em alta de 2,38%, com o valor de US$ 5,1290 a libra peso.
Fonte: GR