A Zilor, maior companhia sucroalcooleira associada à Copersucar, fechou o segundo trimestre da safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 107,6 milhões. O resultado é 71,1% menor do que o do mesmo período da temporada anterior, quando a empresa havia recebido as últimas parcelas dos precatórios do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
Como ela não recebeu valores dos precatórios no segundo trimestre da safra atual, o lucro diminuiu. Sem o efeito do precatório no segundo trimestre da temporada anterior, quando o ganho da empresa foi de R$ 379,7 milhões, o resultado líquido teria crescido 4%.
A seca prolongada afetou a operação da companhia. A produtividade dos canaviais caiu, reduzindo a produção e limitando a diluição dos custos fixos. Até o fim do segundo trimestre, a Zilor havia processado 4,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um volume 7,6% menor do que o do ano passado, o que diminuiu a produção de açúcar e etanol.
A receita líquida total, em contrapartida, cresceu 11,4%, fruto da melhora dos preços dos produtos e do aumento das vendas de açúcar em comparação com o ano passado. Na Biorigin — unidade de negócios de leveduras e ingredientes especiais cujo controle a Zilor vendeu para a francesa Lesaffre em outubro —, a receita cresceu 9,3%, para R$ 171,2 milhões.
O clima também teve impacto sobre a variação do valor do ativo biológico, o que reduziu a margem de lucro bruto. Sem o efeito da depreciação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado acabou crescendo 20,7%, para 475,9 milhões, o que resultou em aumento de 3,9 pontos da margem Ebitda, para 50,7%.
A dívida líquida, por sua vez, encerrou o trimestre em R$ 1,7 bilhão, o que representou queda de 6,8% em relação ao mesmo intervalo de 2023/24 e aumento de 68,1 em comparação com os três primeiros meses da safra atual. A alavancagem, medida pela divisão da dívida líquida pelo Ebitda, ficou praticamente estável, em 1,69 vez.
A conta do endividamento inclui uma parcela de R$ 46,5 milhões que a Zilor aportou em cotas subordinadas de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) para financiar os parceiros agrícolas da companhia. Sem o efeito do fundo, a dívida líquida ficaria em R$ 1,6 bilhão, e a alavancagem iria para 1,64 vez.
Ao longo do trimestre, a Zilor consumiu R$ 709 milhões de seu caixa, que encerrou o período em R$ 1,7 bilhão. Na comparação com o segundo trimestre de 2023/24, o caixa aumentou 21,2%.
Depois do encerramento do segundo trimestre, a Zilor comprou, por R$ 600 milhões, a usina Salto Botelho Agroenergia, que pertencia ao fundo Amerra (o valor seria ajustado à dívida líquida e ao capital de giro na conclusão da operação). Com a unidade, que fica em Lucelia (SP), a moagem de cana da Zilor terá um acréscimo anual de 15%, para 13,8 milhões de toneladas.
A divulgação do balanço do segundo trimestre marca a saída de Fabiano Zillo da presidência executiva da companhia, que passará a ser ocupada por André Inserra a partir de 2 de dezembro. Zillo irá para o conselho de administração da empresa, controlada por sua família.
Fonte: GR