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Inadimplência atinge 7,4% da população rural, diz Serasa

Por Redação em 26/11/2024 às 07:08:01

No segundo trimestre deste ano, a inadimplência alcançou 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil, mostra levantamento inédito feito pela Serasa Experian. O índice ficou 0,3 pontos percentuais acima do observado nos três primeiros meses deste ano, segundo a empresa.

Para chegar ao resultado, a Serasa considerou apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do setor produtivo.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o quadro pode ser representado como relativamente positivo, pois a variação trimestral foi muito baixa.

"Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais e a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor", avaliou, em nota.

Neste estudo, a estratificação por porte revelou que grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%. Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.

Ainda segundo o estudo da Serasa, quanto maior a faixa etária do proprietário rural, menor é o índice de inadimplência registrado. No segundo trimestre de 2024, daqueles que têm entre 70 e 79 anos, 5,3% estavam com o nome no vermelho. Já quando analisada a faixa etária entre 30 a 39 anos o percentual sobe para 11%.

Setores

Ainda em relação ao segundo trimestre deste ano, observando os setores em que as dívidas foram contraídas e negativadas, gerando as taxas de inadimplência analisadas neste estudo, é possível identificar que as dívidas com "Instituições Financeiras" – que financiam atividades no campo – marcaram a maior fatia, de 6,5%.

No entanto, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no "Setor Agro" e em "Outros Setores Relacionados" foram muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente. Essas categorias abrangem diversos produtos e serviços como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.

Para Marcelo Pimenta, é interessante analisar que, nesse cenário, a cadeia agro revela um quadro otimista em relação à inadimplência da população rural. "É fundamental reforçar essa diferenciação porque, se no geral apenas 7,3% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte o percentual permanece muito baixo".

Inadimplência por região

A avaliação por região agrícola, de acordo com dados da Serasa Experian, mostrou que a inadimplência foi registrada em menor percentual no Sul, atingindo apenas 4,8%. Dentro desse contexto, o head de agronegócio da Serasa Experian explica que é preciso considerar a suspensão das negativações no Rio Grande do Sul anunciada pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que perdurou por 60 dias, em função das enchentes que ocorreram na região.

"Essa foi uma iniciativa necessária que pode ter influenciado o baixo percentual no Estado. Além disso, os sulistas que atuam com o agro têm um longo e positivo histórico de experiência e resiliência durante os momentos de crise, contando também com uma adesão significativa aos instrumentos de seguro rural, que ajudam a mitigar riscos."

Em sequência estava o Sudeste, com 6,2%, e o Centro-Oeste, que marcou 7,6%.

Metodologia

Para o Indicador de Inadimplência do Agronegócio da Serasa Experian foram consideradas apenas pessoas com dívidas vencidas com mais de 180 dias e até 5 anos somando pelo menos R$ 1.000,00 dentre aquelas que estão relacionadas ao financiamento e atividades agronegócio, como, por exemplo, instituições financeiras, agroindústria de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamento.

Fonte: GR

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