A companhia de alimentos BRF registrou lucro líquido recorde para um terceiro trimestre, de R$ 1,137 bilhão, comparado ao prejuízo de R$ 262 milhões obtido no mesmo período do ano passado, conforme balanço financeiro.
Em nove meses de operação em 2024, a empresa já registra seu melhor ano da história e anunciou hoje (13/11) que fará o pagamento de R$ 946 milhões em dividendos, no formato de juros sobre capital próprio, conforme aprovado pelo conselho de administração. Trata-se do primeiro pagamento de dividendos desde 2016.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 2,97 bilhões no terceiro trimestre, expressivo aumento anual de 146,4%, com margem Ebitda de 19,1%.
A receita líquida da empresa cresceu 12,4% no período, totalizando R$ 15,5 bilhões e também um novo recorde para a BRF.
O lucro líquido e a forte geração de caixa livre, que atingiu R$ 1,8 bilhão, permitiram a redução da dívida líquida em 34% no comparativo anual. Com isso, a companhia chegou ao menor patamar de alavancagem da história, em 0,71 vez. Um ano antes, a alavancagem estava em 2,66 vezes.
"Os números crescentes foram impulsionados pelas capturas em eficiência, ampliação dos destinos de exportação e pelo crescimento da participação de produtos processados nas vendas", disse Miguel Gularte, CEO da BRF.
O programa de eficiência BRF+ apresentou, no terceiro trimestre, captura adicional de R$ 330 milhões em indicadores operacionais. No acumulado do ano, a captura total do programa foi de R$ 1,1 bilhão.
Sobre os destinos de exportação, a companhia contabilizou 13 novas aberturas de mercado no terceiro trimestre, somando 70 habilitações em 2024. A BRF calcula que conseguiu um faturamento adicional de R$ 1,2 bilhão decorrente das aberturas de mercado ocorridas nos anos de 2023 e 2024.
O vice-presidente de finanças e relações com investidores da BRF, Fábio Mariano, comentou que a empresa teve a melhor geração de caixa operacional da história da companhia, com quase R$ 3,4 bilhões, no trimestre. "Também aumentamos o prazo médio da dívida (de 8 para 8,5 anos) e atingimos a menor alavancagem de todos os tempos", enfatizou o executivo.
Neste contexto, Mariano afirmou que a BRF está pronta para fazer investimentos, passando pela melhora na capacidade produtiva, e projeta avanços no segmento de congelados.
"Hoje temos mais convicção em voltar a investir. No ano que vem provavelmente a gente tem investimento mais relevante", antecipou. "Congelados é uma das categorias em que temos mais convicção em investir, estaria direcionado ao mercado interno, mas não exclusivamente".
Fonte: GR