O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe poucos ajustes em suas previsões de oferta e demanda mundial de soja na safra 2024/25. Segundo o órgão, a produção mundial deverá atingir 422,26 milhões de toneladas, mesmo número divulgado no relatório de maio.
Um corte mais profundo foi visto para os estoques finais globais, estimados no relatório desta quarta-feira (12/6) em 127,90 milhões de toneladas, versus 128,50 milhões projetadas no mês passado.
Não houve mudanças significativas para a safra nos Estados Unidos, que tem grande peso para os preços na bolsa de Chicago. A produção foi mantida em 121,11 milhões de toneladas, enquanto analistas esperavam um ajuste para baixo, de 120,84 milhões. A previsão para as exportações americanas permaneceu em 49,67 milhões de toneladas. Apenas a previsão para os estoques finais no país mudou, passando de 12,11 milhões de toneladas para 12,38 milhões no novo relatório.
O mercado, aparentemente, viu os dados de produção americana como mistos para os preços no mercado internacional. Às 13h24 o contrato para julho subia 0,59% a US$ 11,86 o bushel.
O Departamento de Agricultura americano também não mexeu nas previsões de safra para o Brasil, com uma safra prevista em 169 milhões de toneladas e exportações de 105 milhões. No caso da Argentina a projeção de colheita para 2024/25 foi mantida em 51 milhões de toneladas, enquanto as vendas externas permaneceram em 5,50 milhões.
As previsões da agência americana trouxeram novos dados para a safra do Brasil em 2023/24. Ainda assim, os cortes ficaram abaixo das expectativas. O USDA indicou que a safra brasileira será de 153 milhões de toneladas, inferior as 154 milhões estimadas em maio. No entanto, a aposta média dos analistas era para um volume de 151,8 milhões de toneladas.
O USDA praticamente manteve sua estimativa para a produção global de milho em 2024/25 , com um ajuste de 1,219 bilhão de toneladas em maio para 1,220 bilhão de toneladas em seu relatório de oferta e demanda de junho. A projeção ainda é inferior a de 2023/24, de 1,228 bilhão de toneladas.
A estimativa de produção para os EUA foi mantida em 377,46 milhões de toneladas uma vez que a colheita já foi finalizada e a safra esta consolidada. Os números para Argentina e Brasil também apresentaram estabilidade, com 51 milhões e 127 milhões de toneladas, respectivamente.
Por outro lado, a estimativa para a produção na Rússia sofreu um corte, das 16 milhões de toneladas esperadas em maio para 15,4 milhões de toneladas hoje. Já na Ucrânia, o USDA elevou sua estimativa de colheita de 27 milhões para 27,7 milhões de toneladas.
As projeções para a exportação mundial também foram ajustadas positivamente, de 191,1 milhões para 191,75 milhões de toneladas mas, ainda, com 8 milhões menos que em 2023/24.
A expectativa de estoques finais no mundo também sofreu um corte, de 312,27 milhões de toneladas para 310,77 milhões.
Em função das poucas mudanças das projeções do USDA divulgadas no relatório, os preços do milho operam em estabilidade em Chicago. Os lotes para julho agora valem US$ 4,4875 o bushel, 0,17% menos que no último fechamento.
O tempo seco na Europa e região do Mar Negro fez o USDA reduzir sua estimativa para a produção mundial de trigo em 2024/25 em quase 8 milhões de toneladas, para 790,75 milhões de toneladas.
Esse volume também é quase 8 milhões de toneladas inferior ao colhido em 2023/24, apontou o órgão americano em seu relatório de oferta e demanda.
O corte ocorreu principalmente na Rússia, onde a estimativa de produção passou de 88 milhões para 83 milhões de toneladas. Esse volume é superior a expectativa média dos analistas, que apontava que o USDA indicaria 82 milhões de toneladas.
Na vizinha Ucrânia, a projeção diminuiu 1,5 milhão de toneladas, para 19,5 milhões. As demais reduções foram na expectativa de produção da Europa.
Em contrapartida, o USDA aumentou sua estimativa para a safra dos EUA em 1%, para 51,02 milhões de toneladas, em linha com a expectativa de mercado.
Segundo o órgão americano, a produção de trigo vermelho de inverno mais do que compensou as reduções na variedade branda e na suave de primavera.
Também ajustou para cima as previsões sobre a safra da Argentina, principal fornecedor do Brasil, em 3%, para 17,5 milhões de toneladas.
Com a expectativa de consumo mundial em 798,04 milhões de toneladas, a previsão é que os estoques de passagem desta safra fiquem em 252,3 milhões de toneladas, pouco menos do que o previsto em maio, de 253,6 milhões.
Apesar desse cenário um pouco mais apertado para o trigo, os cortes do órgão americano na safra russa frustaram o mercado, assim como a informação de que a colheita dentro dos EUA terá produto de melhor qualidade. Dessa forma, os preços do cereal caem agora na bolsa de Chicago. Os lotes mais negociados, de vencimento em julho, valem US$ 6,205 o bushel, com queda de 1,08%.
O USDA manteve as projeções de produção de algodão no próprio país, além do Brasil, Índia e China. Os americanos devem produzir 3,48 milhões de toneladas da pluma. A projeção de exportação do país também foi mantida pelos técnicos do governo, em 2,83 milhões de toneladas. E os estoques finais da temporada devem ficar em 890 mil toneladas
O USDA projeta a produção brasileira de algodão em 3,63 milhões de tonelada na próxima temporada. A maior parte das lavouras no país são plantadas na segunda safra, logo após a colheita de verão. O Brasil deve consumir internamente 718 mil toneladas e vender para outros mercados um volume de 2,72 milhões. Os estoques finais devem ser de 870 mil toneladas.
Para a Índia, o relatório projeta uma colheita de 5,44 milhões de toneladas e um consumo interno de 5,48 milhões. Os estoques finais indianos devem ser de 2,36 milhões de toneladas da pluma.
Os números para a China também são praticamente os mesmos do relatório de um mês atrás. No documento divulgado hoje, a projeção para a colheita chinesa é de 5,87 milhões de toneladas. O país deve consumir 8,49 milhões de toneladas na temporada 2024/25. Para atender parte dessa demanda, deve importar 2,61 milhões. Os estoques finais de algodão na China devem ser de 8,91 milhões de toneladas.
A safra mundial de algodão é projetada pelo USDA em 25,93 milhões de toneladas, um ajuste para cima em relação ao relatório de maio. O consumo mundial deve ser de 25,46 milhões de toneladas; as exportações, em 9,78 milhões; e os estoques finais, de 18,17 milhões de toneladas.
Fonte: Globo Rural