Conheça a muvuca: técnica indígena é usada para recuperar áreas degradadas na Serra da Mantiqueira

Por Redação em 15/05/2022 às 11:53:53

Projeto Conservadoras da Mantiqueira usa a prática que pode reduzir em até 80% o custo de restauração das matas. Mulheres de diferentes municípios de Minas Gerais se organizaram em um grupo que vem trabalhando na recuperação de áreas degradadas, são as Conservadoras da Mantiqueira.

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O grupo é formado por biólogas, engenheiras florestais e ambientais, gestoras de projetos de conservação e uma advogada. Elas vão a campo, fazem a medição de áreas e planejamentos, acompanham plantios, bem como procuram agregar produtores rurais à iniciativa.

Na região da Serra da Mantiqueira, que possui mais de 500 km de extensão e cerca de 500 cidades, há 1,2 hectare de pastos degradados. Quase toda a vegetação nativa da área foi perdida para pastagens, estradas e a urbanização.

Um dos caminhos encontrados para recuperar a área é o uso da muvuca, uma prática indígena ancestral que pode reduzir o custo de restauração das matas.

No município de Inconfidentes, no Sul de Minas, há investimento em pesquisa, curso de capacitação e uma unidade demonstrativa do método.

Como funciona a muvuca?

A ideia da muvuca é usar um adubo natural - que no caso do projeto é a palha do café - e depositar sementes variadas, misturando cerca de trinta espécies diferentes. Depois basta chacoalhar e bater, fazendo uma mistura aleatória. Por fim, a quantidade de 14 g é separada em um copo, para ser semeada no solo.

A variedade de sementes é obtida por meio de uma rede de coletores.

Com o projeto, já são 8.300 plantas por hectare, com 83% dos berços de muvuca com espécies arbóreas germinadas.

A técnica também representa economia financeira. Quando se estima os gastos com o plantio convencional, somando coveamento, mudas, logística e mão de obra, são gastos R$ 20 mil por hectare. Já no caso da muvuca, os custos podem cair 80%, indo para R$ 4 mil, aponta pesquisas em quatro unidades do Instituto Federal de Inconfidentes.

Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.

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Fonte: Globo Rural

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